PAUL BOCUSE
O Mestre dos Mestres!
Paul Bocuse tornou-se uma lenda no mundo da gastronomia, criando o que se chama de nouvelle cuisine, uma cozinha moderna, com raízes na culinária tradicional.
O porte imponente, devidamente paramentado de brim branco e chapéu de copa cilíndrica alta, emerge entre as mesas – a visão lembra a de um busto de mármore sobre um amplo pedestal. Uma senhora aproxima-se dele, desmancha-se em elogios e, ao se despedir, pede o cartão de visita. "A madame queira me desculpar, eu não tenho cartão, mas meu nome está nos guias de culinária." E como está. A começar pelo mais famoso deles, o Guia Michelin, no qual Bocuse figura há quarenta anos, ininterruptamente, com nota máxima: três estrelas. Caso único.
Os grandes cozinheiros lutam para ganhar uma boa nota, chegam a se matar, literalmente, só com o boato de uma avaliação desfavorável – como fez o chef Bernard Loiseau, que se suicidou em 2003 com um tiro de cartucheira na cabeça.
"Eu trabalho para viver 100 anos e festejo como se a morte estivesse a minha espera amanhã". Diz Bocuse.
Paul Bocuse dorme no mesmo quarto em que nasceu, no andar de cima do seu restaurante. Desde 1942, divide os aposentos com a esposa Raymonde, braço-direito nos negócios. "Quando viaja, ele escolhe sempre o lado da cama mais próximo à terra natal", relata sua biógrafa. "Amor e trabalho não têm fronteiras para monsieur Bocuse." Cozinha e sexo, segundo o chef, têm pontos em comum, "Nós temos apetite pelo outro, devoramos com olhos e terminamos por passer à la casserole (na gíria francesa, ter relação sexual)". Diz ele, com graça: "Não fui eu quem inventou o duplo sentido do verbo comer". Qual a receita para manter-se no topo da alta cozinha e, ao mesmo tempo, satisfazer uma esposa, duas amantes permanentes e várias ocasionais? "Organização, uma tremenda organização, mas para quem mistura ingredientes não é difícil." O cozinheiro admite que suas mulheres "extraordinárias" contribuíram. Dito de outro modo: "Elas aceitaram meu comportamento".
Os Bocuse estão à beira do fogão e às margens do Rio Saône desde o século XVIII.
Joseph e Marie, avós de Paul, tocaram o Restaurante Bocuse, apreciado pela excelente cozinha regional. E não só. O restaurante oferecia à clientela conforto adicional: quartos para a hora da sesta.
Uma sopa é até hoje o prato mais lendário do restaurante. Ela é feita com caldo de carne, vinho branco, trufas negras, foie gras, cenoura, cebola, salsão, carne cortada em pedaços finíssimos, pitadas de sal marinho e pimenta-do-reino. O toque distintivo: crosta de massa folhada para preservar o calor e os aromas. A iguaria custa 80 euros (226 reais) no Auberge du Pont. Ela foi servida pela primeira vez em 1975, num almoço no palácio presidencial do Eliseu, em Paris. Chama-se VGE, as iniciais do então presidente francês Valéry Giscard d'Estaing.
Alguns críticos reprovam Bocuse por não mais inovar no menu e na decoração dos seus restaurantes – além do original de Collonges, ele tem cinco brasseries em Lyon. Aos que clamam por novidades, ele decreta com desdém: "Se os senhores se referem à cozinha molecular, tenho o maior prazer em dizer que não a praticamos. Lamento também informá-los que ninguém come em museus nem vem aos meus restaurantes para comer as cortinas, só existe uma culinária: a boa".
(Texto da internet, VEJA-On line)
Paul Bocuse tornou-se uma lenda no mundo da gastronomia, criando o que se chama de nouvelle cuisine, uma cozinha moderna, com raízes na culinária tradicional.
O porte imponente, devidamente paramentado de brim branco e chapéu de copa cilíndrica alta, emerge entre as mesas – a visão lembra a de um busto de mármore sobre um amplo pedestal. Uma senhora aproxima-se dele, desmancha-se em elogios e, ao se despedir, pede o cartão de visita. "A madame queira me desculpar, eu não tenho cartão, mas meu nome está nos guias de culinária." E como está. A começar pelo mais famoso deles, o Guia Michelin, no qual Bocuse figura há quarenta anos, ininterruptamente, com nota máxima: três estrelas. Caso único.
Os grandes cozinheiros lutam para ganhar uma boa nota, chegam a se matar, literalmente, só com o boato de uma avaliação desfavorável – como fez o chef Bernard Loiseau, que se suicidou em 2003 com um tiro de cartucheira na cabeça.
"Eu trabalho para viver 100 anos e festejo como se a morte estivesse a minha espera amanhã". Diz Bocuse.
Paul Bocuse dorme no mesmo quarto em que nasceu, no andar de cima do seu restaurante. Desde 1942, divide os aposentos com a esposa Raymonde, braço-direito nos negócios. "Quando viaja, ele escolhe sempre o lado da cama mais próximo à terra natal", relata sua biógrafa. "Amor e trabalho não têm fronteiras para monsieur Bocuse." Cozinha e sexo, segundo o chef, têm pontos em comum, "Nós temos apetite pelo outro, devoramos com olhos e terminamos por passer à la casserole (na gíria francesa, ter relação sexual)". Diz ele, com graça: "Não fui eu quem inventou o duplo sentido do verbo comer". Qual a receita para manter-se no topo da alta cozinha e, ao mesmo tempo, satisfazer uma esposa, duas amantes permanentes e várias ocasionais? "Organização, uma tremenda organização, mas para quem mistura ingredientes não é difícil." O cozinheiro admite que suas mulheres "extraordinárias" contribuíram. Dito de outro modo: "Elas aceitaram meu comportamento".
Os Bocuse estão à beira do fogão e às margens do Rio Saône desde o século XVIII.
Joseph e Marie, avós de Paul, tocaram o Restaurante Bocuse, apreciado pela excelente cozinha regional. E não só. O restaurante oferecia à clientela conforto adicional: quartos para a hora da sesta.
Uma sopa é até hoje o prato mais lendário do restaurante. Ela é feita com caldo de carne, vinho branco, trufas negras, foie gras, cenoura, cebola, salsão, carne cortada em pedaços finíssimos, pitadas de sal marinho e pimenta-do-reino. O toque distintivo: crosta de massa folhada para preservar o calor e os aromas. A iguaria custa 80 euros (226 reais) no Auberge du Pont. Ela foi servida pela primeira vez em 1975, num almoço no palácio presidencial do Eliseu, em Paris. Chama-se VGE, as iniciais do então presidente francês Valéry Giscard d'Estaing.
Alguns críticos reprovam Bocuse por não mais inovar no menu e na decoração dos seus restaurantes – além do original de Collonges, ele tem cinco brasseries em Lyon. Aos que clamam por novidades, ele decreta com desdém: "Se os senhores se referem à cozinha molecular, tenho o maior prazer em dizer que não a praticamos. Lamento também informá-los que ninguém come em museus nem vem aos meus restaurantes para comer as cortinas, só existe uma culinária: a boa".
(Texto da internet, VEJA-On line)
0 comentários:
Postar um comentário