sexta-feira, 8 de agosto de 2008

HISTÓRIA DO BOLO DE NOIVA PERNAMBUCANO


Fotografia do site: bivar.com.br

BOLO DE NOIVA PERNAMBUCANO
O noivo comia um pedaço e amassava o resto na cabeça da noiva: eram os primórdios do mais importante dos bolos, o de casamento.
Segundo a Bíblia, três anjos foram à casa de Sara e Abraão para anunciar que eles, mesmo velhos, teriam filhos.
O anfitrião pediu à mulher: "Depressa, amasse três medidas de farinha e faça bolos" - a melhor maneira de celebrar, com os visitantes, a dádiva concedida por Deus.
Assim como Sara e Abraão, os homens vêm repetindo esse gesto de comunhão, em volta de bolos, ao longo dos séculos.
Os primeiros registros históricos remontam à Palestina, mais de 7000 anos antes do Cristo.
Nas pirâmides do Egito eram pintados os bolos mais apreciados pelos faraós mortos.
Assírios usavam mistura de farinha, mel e ervas, cozidas em recipientes de barro, enterrados e cobertos por brasas.
Bom lembrar que, nessa época, os primeiros bolos eram um pouco como pães.
Depois, com os gregos, a pastelaria começou a ser valorizada.
Foram introduzidas novas formas de apresentação e decoração.
Com farinha, mel e queijo branco ou azeite (depois substituído, nas receitas, por manteiga).
No bazym, um tipo de bolo mais sofisticado, acrescentavam-se figos secos e nozes.
O poeta cômico Aristófanes chegou a entoar loas de louvor a Théanos, o maior pasteleiro da época.
Os romanos só vieram a se interessar pela arte da pastelaria por volta do séc. 8 a.C., com a imigração de alguns profissionais gregos.
Criaram-se, a partir de então, muitos novos bolos.
O libum, feito com uma libra de farinha, duas libras de queijo e um ovo.
O placenta, feito com queijo e mel, em camadas sobrepostas.
O spherita, com forma esférica e frito.
E, sobretudo o confarreatio, servido no confarreo - casamento solene, com dez testemunhas. Eram os primórdios do mais importante dos bolos - o de casamento.
Tinha quase sempre a forma de pássaro.
Flambado, deveria arder até que as chamas consumissem inteiramente o álcool - para afastar os maus espíritos.
O noivo comia parte de uma fatia, esmagando o resto na cabeça da noiva - simbolizando o romper do hímen e, sinal daqueles tempos, o domínio do homem sobre a mulher. Sendo as migalhas disputadas pelos convidados - porque, segundo a lenda, davam sorte.
Na Idade Média vingou o costume de empilhar vários pequenos bolos, trazidos pelos convidados. Surgindo assim, meio por acaso, o bolo em andares.
Ao fim do século 19, quanto maior e mais detalhes tivesse o bolo, mais importante seria a festa. Chegavam a ter 150 kg e mais de dois metros de altura.
Passou o tempo e o bolo de casamento manteve nobreza e simbolismo.
Há, nele, todo o mistério que marca o próprio ato de duas pessoas unirem seus destinos. E eles são sempre parecidos, ao redor do mundo.
A primeira fatia deve ser cortada pelos noivos, mãos juntas, já com alianças - representando, por sua forma redonda, a própria eternidade, ausência de começo ou fim.
São usadas no dedo anular da mão esquerda, desde os egípcios - que acreditavam correr, nesse dedo, uma veia em direção ao coração.
Todos têm a cor branca na cobertura - simbolizando pureza e virgindade.
À rainha Vitória deve-se o hábito do vestido de noiva ser também branco, imitando os bolos. Mas nem sempre foi assim.
Na Idade Média era comum ver noivas de vermelho - simbolizando amor eterno; azul, sentido de permanência; ou verde, sinal de juventude.
Noivas usam véu e grinalda - que simbolizam coroas usadas por deuses da Grécia e de Roma.
O buquê, na época dos romanos, era formado por uma mistura de ervas, alho (para afastar os maus espíritos) e grãos (garantia de união frutífera).
Alguns poucos usavam açúcar - para que a noiva permanecesse doce por toda a vida.
Os noivos se beijam no fim da cerimônia - símbolo da troca dos espíritos na respiração, compartilhando parte de suas almas.
Na saída da cerimônia, segundo velho hábito de hindus e chineses, se joga arroz na noiva - símbolo de fertilidade e prosperidade para o casal.
Depois vem a lua-de-mel - costume que remonta aos tempos em que os noivos iam para lugar afastado, lá permanecendo por uma fase da lua.
Bebendo uma espécie de vinho à base de mel, para torná-los mais apaixonados.
E maio é chamado de mês das noivas, hábito europeu, porque nele a primavera do hemisfério norte explode em flores e cores.
No Brasil, os bolos de casamento têm preparos diferentes.
No Sul têm massa branca, com recheios variados - herança do colonizador português.
Diferentes dos de Pernambuco, que têm massa escura à base de vinho, ameixas, passas e frutas cristalizadas - herança britânica que chegou a bem poucos lugares do Brasil.
Tudo coberto com pasta de amêndoa, recoberto com glassé branco.
Sendo, por fim, decorado com flores em relevo, feitas de goma e açúcar - herança da Ilha da Madeira. São famosos, entre nós, os de dona Olga Asfora, os de dona Leoni e suas filhas e os de Ligia Maia.

Texto pesquisado na internet.

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